LAS PREGUNTAS

AINDA A MARATONA

Passei pela última curva e consegui visualizar a linha de Chegada. O som da vibração do público se misturou com os pensamentos que vinham à minha mente. Depois de correr 42.195 metros em 3 horas, 59 minutos e 45 segundos eu chegava, enfim, a uma nova dimensão em minha vida. A maratona estava vencida. Um sonho estava realizado. Meses de dura preparação tinham valido a pena. Pude extravasar nesse momento toda a emoção represada nas últimas semanas. Sentimento que estava presente em cada corredor que chegava. A área de dispersão era uma região de lágrimas, abraços efusivos e muita alegria pela vitória. Todos exibiam orgulhosos a medalha no peito. Cada um com sua história pessoal de superação. Todos vencedores!

O André Domingues, colunista da Veja, que também correu pela 1ª vez uma maratona, e escolheu a prova de Porto Alegre para isso, é o dono do paragrafo acima.

Não caiu ainda a ficha do que foi o último final de semana na capital do RS. Minhas pernas ainda doem, o joelho vai melhorando da sua enfermidade muito aos poucos, e não tenho condições ainda de voltar a correr. O que impressiona é a vontade que se tem de fazer tudo de novo, disputar outra maratona, em outro lugar e bem melhor preparado fisicamente. Vou consultar no Google para ver se encontro uma prova em Santa Catarina no segundo semestre. Floripa seria o lugar perfeito para uma segunda experiência.

A CHEGADA

Eis o link: http://www.youtube.com/watch?v=Ys1uKFhXLz0

E abaixo a desoladora resposta do Corpa:

corpa Tue, May 29, 2007 at 9:42 AM
To: leandro rizzi dos santos

Leandro, o Chip estava no Tenis?

Obrigado

CORPA

FEITO O CARRETO

E não é que eu consegui?
Completei a maratona. E essa é a grande notícia.
As cãimbras absurdas que tomaram a minha panturrilha direita a partir do km 32, a dor no joelho que esteve presente o tempo inteiro, mas que se intensificou exuberantemente a partir do km 35, a dor brutal que se apossou do solado dos pés também por volta do km 30, o fato de eu mau conseguir caminhar hoje e a possibilidade de eu ter arrasado com o meu joelho direito não deveriam nem sequer serem citadas. São coadjuvantes na história toda. O que fica é a última semana de frequentes idas a fisioterapeuta, as injeções no traseiro, os treinos que não foram seguidos a risca, mas que ainda assim mostraram-se fundamentais para a concretização do trajeto. O caminho trilhado, enfim, é o que fica dessa jornada que iniciou a dois, três meses atrás; a participação e a consequente chegada até o final da maratona de Porto Alegre.

Não posso deixar de citar aqui a companhia que me foi feita ao longo do sábado e domingo por Niena, que correu a maratona também, conseguindo o feito em 4h33min, e Jungles, que foi o grande cinegrafista da minha chegada, em um vídeo que segue hoje mesmo para o you tube (amanhã posto o link).

Como não poderia ser diferente, o aspecto irônico das 4h e 50 e poucos minutos que passei para correr os 42km, foi que por ter carregado o chip no bolso do short, enquanto deveria ter amarrado ele nos cadarços do tênis, meus tempos não foram marcados em nenhuma passagem da prova. Meu nome não consta nem sequer na lista de participantes da maratona. Típico erro da 1ª prova em que se participa.

Participarei de outras maratonas, sem dúvida nenhuma. O clima de uma confraternização dessas não permite que você não volte mais, por pior que seja a tarefa.
Mas na próxima vez, menos verde, irei melhor preparado fisicamente e com o chip envolto em meus cadarços.

SITUAÇÃO ATUAL - SEXTA

Os dias úteis da semana findam-se e o joelho direito aparenta ter se recuperado num percentual inferior a 20%. Hoje a tarde mais acunpuntura e mais pomadinha. Amanhã de manhã, antes de partir, a esperança-mór: a benzedeira.
Ainda assim estarei na capital no domingo. Irei largar. Tenho dúvidas se irei chegar. Se chegar, carnaval a próxima semana inteira.

SITUAÇÃO ATUAL - QUINTA

A dor diminuiu sua intensidade em 10, vá lá 15%, o que ainda me preocupa e emburrece. Ainda há tempo para melhoras, ainda é quinta, mas se o ritmo de recuperação for lento dessa forma, minhas condições domingo serão ruins. Amanhã tenho mais fisioterapia/acumpuntura e já consegui uma benzedeira pro santo joelho. São as minhas armas.

Trocando de assunto, segue abaixo um trecho duma conversa do Michel Laub no Paiol Literário do site Rascunho. Jamais o li, mas as palavras que seguem devem despertar-me a vontade.

Mas também acho que a literatura - não estou falando de livros e idéias, mas de ficção e poesia - tem muito pouca conseqüência no mundo em que a gente vive. Isso no sentido coletivo, de mudar a maneira como as pessoas pensam e se comportam coletivamente. É claro que, em um sentido individual, a literatura é muito importante. Não só porque muitos livros mudam a maneira como pensamos. Não tenho dúvida de que boa parte da minha vida é pautada pelas coisas que li. Mas também porque a literatura - para quem escreve ou é um leitor regular - acaba se transformando numa espécie de convenção, que faz com que a vida dessas pessoas seja outra. Uma vida diferente da que teriam se não houvesse a literatura. Elas passam a fazer parte do mundo literário, passam a ter referências literárias. A maneira como pensam e falam, muitas vezes, traz ecos das coisas que leram. A literatura é a grande matriz das idéias que elas têm no seu dia-a-dia.

SITUAÇÃO ATUAL - QUARTA

Ida a fisioterapeuta ontem a noite, seguida de acupuntura, pomada e gelo. Dor diminuiu em proporções bem menores do que as que eram por min aguardadas.
Fé, parece ser tudo que me resta.

Abaixo, segue um precioso trecho do Ceconello, que por algum motivo me fez lembrar de um Atlético PR x Inter, acho que em 2001, um jogo sobrenatural onde o colorado venceu por 2 à 1 e eu perdi meu walkman em plena Três Coroas, num acampamento junto de amigos e supostas namoradas, consumido por uma comemoração eufórica e leviana, superdimensionada pelo consumo dos mesmos produtos mencionados pelo nosso amigo abaixo:

O companheiro da anfitriã tinha sotaque forte de porto-alegrense e gostava de reggae. Mais não preciso dizer. Entre o papo furado e a feitura do almoço, aparece o indefectível tijolinho do capeta. Tem início o ritual de preparo do artefato maconhístico. Não demora para o usuário chegar no MICRO SYSTEM e sacar da mochila o Legend.

- Baahh, vamos escutar um Bob -, diz o malandro.
- Odeio reggae -, responde uma interlocutora, que, de fato, não suporta um som rasta.
- Tu não gosta de Bob?! Bahh, mina, que palha.

Mas ali ficamos, ainda felizes, com Buffalo Soldier comandando as ações. A bomba ficou pronta. Embora já conhecesse meus limites e reações quando estes são ultrapassados, também não sou de fazer desfeita aos donos da casa. E, como não queria ficar deslocado da espiritualidade do momento, não me restou qualquer outra saída.

Um aparte: já tenho idade suficiente para ter descoberto que minha droga é o álcool. Tudo mais me transtorna profundamente. Mesmo com o ORÉGANO, sempre fui extremamente fraco e suscetível aos efeitos. Bobeira pouca é bobagem. Com o IOGURTE não, geralmente me deixa com a vida transparecendo nos olhos e nos POROS, aberto ao mais fraterno convívio. Por isso, hoje rendo preces apenas ao DEUS CANECO.

SITUAÇÃO ATUAL - TERÇA

Mesmo com o joelho direito emitindo claros sinais de desconforto, fiz 10km ontem a noite. Resultado: o desconforto duplicou de intensidade e todo e qualquer treino está suspenso. Ontem a noite mesmo já recebi cuidados médicos de minha tia, que manja do negócio, e logo mais volto pra casa afim de mais pomada, comprimido e gelo.
Pensando bem, não poderia ser diferente.

SITUAÇÃO ATUAL - SEGUNDA

Dor em ambas as panturrilhas e um desconforto no joelho direito que ainda não permitiu que eu sorrisse nessa segunda, por mais cedo que o dia esteja.

CORRIDAS, NBA E O INTER

Uma dor no joelho direito é o primeiro sinal de desconforto que o meu corpo dá depois de uns 30km percorridos em menos de 24 horas. Os treinamentos continuaram na segunda, terça, quarta e terminam na quinta. Sexta e sábado vou tirar para algo próximo do descanso máximo. Domingo demanhã tenho de ter pique para inaceitáveis 42km. Algo me diz que mesmo tendo cumprido com absolutamente nada do que anteriormente havia proposto, eu conseguirei.

Hoje a tarde, minado pelo cansaço, assisti a Atlético PR vs. Internacional. Lamentavelmente a direção colorada ainda permite que os seus treinadores lancem mão de escalações absurdas, que comprometem com toda e qualquer esperança de sucesso. Foi Abel veio Galo e a merda permanece inalterada. Titi e Maycon são pra lá de reservas. Ambos foram peça-chave na derrota. O mais incrivel de tudo é que Maycon deixou Vargas no banco, isso, sob as barbas da direção de futebol do Inter, que vê, consente, e permite que absurdos como esse ocorram. Já consigo antever o ano inteirinho indo pelo ralo.

E abaixo um post de terça-feira, que por motivos de forças maiores, não pode ser postado na data correta, mas que foi salvo a tempo num bloco de notas do pc. Sobre ele, cabe dizer que o Spurs venceu o Suns na série por 4 à 2 e pega o Utah Jazz amanhã a tarde. Assistirei.

Reunia, sei lá por que, um preconceito para com o atual basquete americano. Algo me cheirava mal na NBA hoje. E todo esse meu preconceito virou agua depois de ontem.
Dormi menos do que o meu corpo requeria apenas para acompanhar até o fim Spurs vs. Suns. Nenhuma dúvida quanto a esse ter sido o melhor jogo que já assisti desse esporte. O Suns venceu, atuações soberbas de - possíveis erros de digitação a parte - Stoudemire e Nash pelo Phoenix e Duncan e Parker pelo San Antonio.
Série empatada em 2 à 2, e amanhã e sexta tem mais e são nessas situações que a mensalidade da TV a cabo se paga fácil.

POEMA

Tenho ciúme de quem não te conhece ainda e, cedo ou tarde, te verá, pálida e linda, pela primeira vez!

Guilherme de Almeida

SEM TÍTULO

Enquanto aguardo pelo shuffle tocar Science of Silence, do Ashcroft, vou digitando algumas palavras.

Poucas vezes a estratégia de pensar com antecipação em determinada coisa ruim, para posteriormente sofrer menos se a mesma acabar por ocorrer, deve ter sido utilizada de forma
tão eficaz como agora a pouco, comigo mesmo. Se bem que não deveria afirmar nada hoje. Enfim. Aproveito para chamar num control + c control + v pra cima duma frase do Cardoso:

Antes tarde do que nunca, não é o que dizem? Pois é o que agora eu sei. E soube, por sorte, em tempo suficiente para mudar algumas coisas.
Outras, não.

Grande.

E é com Feist tocando The Onliest que vejo que o meu sofá nunca havia ficado tão solitário como nesse exato instante. Pronto, já passou. A música mudou. Continuo aguardando Science of Silence.
Segue abaixo a imagem do meu setlist de agora. Um espetáculo. Digno da importância da noite.

MEUS MAIS PROFUNDOS AGRADECIMENTOS

Adriano Gabiru em chamas no sem precedentes 17 do 12 de 2006.

De coadjuvante ingrato a personagem principal do mais triste dia da história gremista. Vai lá Gabiru, perdão pelos inúmeros xingamentos da minha parte, mas você mereceu e sabe disso. E claro, volte sempre. Não para jogar, não, volta para comemorar conosco as lembranças daquele dia e para inaugurar o teu futuro busto.