Nenhuma ocasião anterior havia contido tantas doações e vendas de itens pessoais como esse quase findado 2017.
Desde um reles microondas antigo, um x-box que nem tão utilizado foi, roupas as mais variadas, um crocs maior que meu pé, passando por camisas de times argentinos que eu nunca havia vestido e jamais vestiria, camisas do meu colorado que antes haviam sido motivo de tanta dedicação em obter e enorme esmero em guardar, chegando, aí sim, as centenas de revistas em quadrinhos que moveram minha infância e juventude de uma maneira que agora parece até difícil de acreditar.
Havia um envolvimento que ia desde o acompanhamento habitual das tramas e histórias até a admiração profunda do item em si, as edições encadernadas, com papel especial, o formato americano, a coleção completa, uma a uma, mês após mês.
Os comics me levaram a aprender html e a construir um site sobre o assunto no fim da década de 90 em meio a conexão discada e a lentidão profunda do tráfego na rede. Um longo tempo dedicado a algo cuja retribuição era meramente pessoal, sem ganhos se não um e-mail contente de algum leitor, um dialogo com alguém tão interessado quanto eu nos instant messengers da época, a satisfação em observar o número de visitantes e até uma coluna própria, pasmem, num site que também tratava de comics e formava uma espécie de parceria com o meu, saudoso, HQ Brasil.
Havia uma paixão (mau traduzindo o sentimento) envolvida nisso que hoje me causa saudade. Uma época que só é feliz quando contemplada pelas lentes embaçadoras da nostalgia, diria Theodore Dalrymple. Acho difícil discordar, mas havia um entusiasmo genuíno que hoje, lamento, não consigo recuperar para qualquer tipo de interesse ou atividade. Será o natural desenrolar da vida adulta? Difícil dessa vez afirmar.
Foi via mercado livre que encontrei um bem aventurado cidadão que tratou de levar a coleção inteira das revistas acumuladas ao longo da vida. A ultima remessa somou quase 30kg em duas caixas, se tornando uma tarefa incômoda inclusive levá-las até a agência dos correios. Uma divida baseada na confiança parcelada em inúmeras vezes e no fundo, o profundo desejo de que as centenas de edições ao invés de ficarem escondidas e acumulando poeira dentro de algum armário, sirvam para agradáveis leituras e possam quem sabe despertar o mesmo efeito que tiveram sobre mim cerca de 20 anos atrás. Acredito demais nisso.
Desde um reles microondas antigo, um x-box que nem tão utilizado foi, roupas as mais variadas, um crocs maior que meu pé, passando por camisas de times argentinos que eu nunca havia vestido e jamais vestiria, camisas do meu colorado que antes haviam sido motivo de tanta dedicação em obter e enorme esmero em guardar, chegando, aí sim, as centenas de revistas em quadrinhos que moveram minha infância e juventude de uma maneira que agora parece até difícil de acreditar.
Havia um envolvimento que ia desde o acompanhamento habitual das tramas e histórias até a admiração profunda do item em si, as edições encadernadas, com papel especial, o formato americano, a coleção completa, uma a uma, mês após mês.
Os comics me levaram a aprender html e a construir um site sobre o assunto no fim da década de 90 em meio a conexão discada e a lentidão profunda do tráfego na rede. Um longo tempo dedicado a algo cuja retribuição era meramente pessoal, sem ganhos se não um e-mail contente de algum leitor, um dialogo com alguém tão interessado quanto eu nos instant messengers da época, a satisfação em observar o número de visitantes e até uma coluna própria, pasmem, num site que também tratava de comics e formava uma espécie de parceria com o meu, saudoso, HQ Brasil.
Havia uma paixão (mau traduzindo o sentimento) envolvida nisso que hoje me causa saudade. Uma época que só é feliz quando contemplada pelas lentes embaçadoras da nostalgia, diria Theodore Dalrymple. Acho difícil discordar, mas havia um entusiasmo genuíno que hoje, lamento, não consigo recuperar para qualquer tipo de interesse ou atividade. Será o natural desenrolar da vida adulta? Difícil dessa vez afirmar.
Foi via mercado livre que encontrei um bem aventurado cidadão que tratou de levar a coleção inteira das revistas acumuladas ao longo da vida. A ultima remessa somou quase 30kg em duas caixas, se tornando uma tarefa incômoda inclusive levá-las até a agência dos correios. Uma divida baseada na confiança parcelada em inúmeras vezes e no fundo, o profundo desejo de que as centenas de edições ao invés de ficarem escondidas e acumulando poeira dentro de algum armário, sirvam para agradáveis leituras e possam quem sabe despertar o mesmo efeito que tiveram sobre mim cerca de 20 anos atrás. Acredito demais nisso.