Admito que gosto de criar pequenas listas identificando o que de melhor foi lido/ouvido/visto ao longo do ano. Nessa época costumo ainda ler algumas de sites que tenho certa estima na esperança de ser apresentado há algo interessante que tenha passado desapercebido. Na vã esperança de realizar algo similar, dessa vez, antes mesmo de começar a digitar o post, sabia que a memória não teria muito com o que colaborar.
Na literatura, li bastante coisa no kindle, li menos em comparação no papel, mas não houve nenhuma leitura tão significativa que a tornasse a Melhor do Ano ao ponto de nesse momento identifica-la mentalmente. Além disso, muitos insones momentos noturnos foram preenchidos pelo kindle salvador e a memória poderia muito bem trair a ideia de que algo que eu havia lido no inicio do ano na realidade não fizesse parte de meados de 2016 ou até antes. Difícil estabelecer a cronologia correta. Em todo caso, meu grande feito literário desse 2017 que se foi não resta nenhuma dúvida: na segunda tentativa após anos da fracassada primeira, terminei Crime e Castigo. Nova tradução e a boa edição da Editora 34 ajudaram demais na empreitada. Já, meu livro do ano foi de Elena Ferrante. Seu Dias de Abandono rendeu sugestões minhas para que pessoas próximas o lessem, rendeu muito trechos sublinhados, rendeu significativa imersão na abandonada e ferida personagem, rendeu outros livros lidos na sequencia da mesma autora e foi a mais recompensadora leitura desse ano.
Na música, sigo tendo a fiel companhia do meu mui selecionado feed do Mixcloud e da Swiss Classic no Tune In. Por isso não sofri com mais um ano onde a quantidade de álbuns interessantes que ouvi seguiu, conforme o ano anterior, em franco declínio. Todavia, o Arcade Fire lançou o delicioso Everything Now que durante incontáveis vezes foi a minha trilha sonora enquanto descia ou subia a serra, seja pelo sinuoso caminho de asfalto, seja pelo infernal mix de chão batido com cascalho. Bem diferente em estilo e atmosfera ao primeiro e já clássico Funeral. Tão bom quanto.
A série do ano foi indiscutível: Twin Peaks The Return.
Que experiência gratificante foi essa. Pra possibilitar a compreensão necessária da história, tive de ir atrás das 2 primeiras temporadas de 20 e poucos anos atrás, sendo arremessado a uma miscelânea de personagens, tramas, ambientes e situações tão formidavelmente incomuns que não houve como deixar de concluir o enorme número de episódios em um período de tempo recorde. Mesmo o nonsense profundo demais de alguns trechos não tiraram o brilho desse magnum opus Lynchiano.
Um ano de séries, não um ano de filmes. Não devo ter assistido um número tão pequeno desde muito, muito tempo atrás. Conforme a situação da literatura, não é fácil assinalar O Filme de 2017 em letras maiúsculas sem antes chafurdar um pouco na memória. Feito isso, e com um leve empurrãozinho do google, lembrei da atuação fantástica de Jeff Bridges e do seu formidável Hell or High Water que consigo com convicção plena eleger como a grande obra assistida em 2017.
Na literatura, li bastante coisa no kindle, li menos em comparação no papel, mas não houve nenhuma leitura tão significativa que a tornasse a Melhor do Ano ao ponto de nesse momento identifica-la mentalmente. Além disso, muitos insones momentos noturnos foram preenchidos pelo kindle salvador e a memória poderia muito bem trair a ideia de que algo que eu havia lido no inicio do ano na realidade não fizesse parte de meados de 2016 ou até antes. Difícil estabelecer a cronologia correta. Em todo caso, meu grande feito literário desse 2017 que se foi não resta nenhuma dúvida: na segunda tentativa após anos da fracassada primeira, terminei Crime e Castigo. Nova tradução e a boa edição da Editora 34 ajudaram demais na empreitada. Já, meu livro do ano foi de Elena Ferrante. Seu Dias de Abandono rendeu sugestões minhas para que pessoas próximas o lessem, rendeu muito trechos sublinhados, rendeu significativa imersão na abandonada e ferida personagem, rendeu outros livros lidos na sequencia da mesma autora e foi a mais recompensadora leitura desse ano.
Na música, sigo tendo a fiel companhia do meu mui selecionado feed do Mixcloud e da Swiss Classic no Tune In. Por isso não sofri com mais um ano onde a quantidade de álbuns interessantes que ouvi seguiu, conforme o ano anterior, em franco declínio. Todavia, o Arcade Fire lançou o delicioso Everything Now que durante incontáveis vezes foi a minha trilha sonora enquanto descia ou subia a serra, seja pelo sinuoso caminho de asfalto, seja pelo infernal mix de chão batido com cascalho. Bem diferente em estilo e atmosfera ao primeiro e já clássico Funeral. Tão bom quanto.
A série do ano foi indiscutível: Twin Peaks The Return.
Que experiência gratificante foi essa. Pra possibilitar a compreensão necessária da história, tive de ir atrás das 2 primeiras temporadas de 20 e poucos anos atrás, sendo arremessado a uma miscelânea de personagens, tramas, ambientes e situações tão formidavelmente incomuns que não houve como deixar de concluir o enorme número de episódios em um período de tempo recorde. Mesmo o nonsense profundo demais de alguns trechos não tiraram o brilho desse magnum opus Lynchiano.
Um ano de séries, não um ano de filmes. Não devo ter assistido um número tão pequeno desde muito, muito tempo atrás. Conforme a situação da literatura, não é fácil assinalar O Filme de 2017 em letras maiúsculas sem antes chafurdar um pouco na memória. Feito isso, e com um leve empurrãozinho do google, lembrei da atuação fantástica de Jeff Bridges e do seu formidável Hell or High Water que consigo com convicção plena eleger como a grande obra assistida em 2017.