Dizia a todos que não fora ele quem havia escolhido aquele destino. A ordem das coisas, a força motriz, a natureza em si e seu fluxo habitual haviam simplesmente o carregado até ali. Tudo tinha corrido daquela forma pois assim, e só assim, deveria de ser.
Seu jeito tímido e uma demasiada introspecção faziam dele uma pessoa estranha aos olhos dos outros. Não fugia – e nem conseguiria - das sua rédeas: sua personalidade simplesmente não comportava atos explosivos. Mesmo assim mantinha uma vigilância ininterrupta sobre si, ou assim dizia aqueles a quem negava o convite a algum gole de bebida alcoólica, alimentos gordurosos ou por ele considerados danosos ao organismo e qualquer espécie de droga. Não era um pregador anti-tabaco ou um ativista em nome do vegetarianismo, ou mesmo mais um que falava mal da maconha e que saia a dar conselhos "por experiência própria", sabia apenas que a ingestão daquilo derrubaria-o emocionalmente, e que não suportaria o inevitável efeito que aquele infeliz erro inevitavelmente descarregaria sobre si.
Olhava para trás, para aqueles cerca de 10 anos em que passou o que ele mesmo referia-se como Inferno, e por vezes mencionava como brutal o período, em outras apenas falava acerca do aprendizado que acumulou e "bola pra frente". Carregava consigo uma amargura, um ressentimento e descrédito próprio que numa simples conversa de uns cinco minutos já se tornava impossível de esconder. Já fazia muito que tudo estava distante, desde os amigos que um dia foram íntimos até as pessoas que ele não dava valor mas que o queriam bem, achavam-no um cara bacana, inteligente, agradável.
Isolando-se, isolando-se, até que mandou um e-mail para a secretária do chefe, avisando que a tarde não iria aparecer pois tinha de ir ao médico. Enfim "iria para a faca", dizia no corpo da mensagem, referindo-se a uma suposta cirurgia a ser realizada. Verdade ou não, nunca mais voltou ao trabalho ou sequer foi visto.
*Texto encontrado numa pasta antiquíssima do HD externo cujo nome é algo do gênero Em Construção. Troquei uma vírgula, algum ponto, inseri uma palavra ou outra. Não deveria, mas resolvi antes de deletar, publicá-lo.
Seu jeito tímido e uma demasiada introspecção faziam dele uma pessoa estranha aos olhos dos outros. Não fugia – e nem conseguiria - das sua rédeas: sua personalidade simplesmente não comportava atos explosivos. Mesmo assim mantinha uma vigilância ininterrupta sobre si, ou assim dizia aqueles a quem negava o convite a algum gole de bebida alcoólica, alimentos gordurosos ou por ele considerados danosos ao organismo e qualquer espécie de droga. Não era um pregador anti-tabaco ou um ativista em nome do vegetarianismo, ou mesmo mais um que falava mal da maconha e que saia a dar conselhos "por experiência própria", sabia apenas que a ingestão daquilo derrubaria-o emocionalmente, e que não suportaria o inevitável efeito que aquele infeliz erro inevitavelmente descarregaria sobre si.
Olhava para trás, para aqueles cerca de 10 anos em que passou o que ele mesmo referia-se como Inferno, e por vezes mencionava como brutal o período, em outras apenas falava acerca do aprendizado que acumulou e "bola pra frente". Carregava consigo uma amargura, um ressentimento e descrédito próprio que numa simples conversa de uns cinco minutos já se tornava impossível de esconder. Já fazia muito que tudo estava distante, desde os amigos que um dia foram íntimos até as pessoas que ele não dava valor mas que o queriam bem, achavam-no um cara bacana, inteligente, agradável.
Isolando-se, isolando-se, até que mandou um e-mail para a secretária do chefe, avisando que a tarde não iria aparecer pois tinha de ir ao médico. Enfim "iria para a faca", dizia no corpo da mensagem, referindo-se a uma suposta cirurgia a ser realizada. Verdade ou não, nunca mais voltou ao trabalho ou sequer foi visto.
*Texto encontrado numa pasta antiquíssima do HD externo cujo nome é algo do gênero Em Construção. Troquei uma vírgula, algum ponto, inseri uma palavra ou outra. Não deveria, mas resolvi antes de deletar, publicá-lo.