terça-feira, novembro 01, 2005

FEIRA

"O senhor disse que em 20 anos ninguém mais vai se interessar por literatura. Por que acha isso?
ROTH: Eu disse 20 anos? Estava otimista, provavelmente isso acontecerá em dez anos. É óbvio, isso já é verdade hoje. As pessoas têm muitas outras distrações, que lhes dão muito mais prazer. Elas usam aquelas coisas nos seus ouvidos, vêem televisão, filmes, coisas na tela do computador. Os livros estão em via de desaparecer, leitores com concentração estão desaparecendo. Poucas pessoas lêem três ou quatro horas de noite, o que é necessário para alguém ler seriamente um livro. O número desses leitores vai ficando cada vez menor. Acho que uma sociedade sem literatura será ruim, acho que literatura é uma das boas coisas da civilização. Mas as pessoas vão ficar bem sem livros, aliás elas não querem mais livros."

Parte duma entrevista retirada dO Globo, da qual não se pode levar lá muita fé. A julgar pelo público que vi ao redor das tendas da Feira do Livro de Porto Alegre no último sábado, o desejo pela leitura parece que sobreviverá uma quantia de tempo superior aquela mencionada por Philip Roth, o mesmo que escreveu um dos melhores livros que li nesse 2005, O Professor de Desejo.
Na minha volta pela praça da Alfandêgafuçei nos balaios, remexi aqui e ali e voltei com um total de quatro livros, tendo gasto um total de dez pila. Não fosse pelo meu equivôco em tomar 2 cevas naquela mesma tarde, meu sábado teria sido uma delícia.