É enorme a satisfação em devolver a estante o livro recém lido. Mas só é enorme também porque a obra é de autoria de Cormac McCarthy e, apesar de não possuir o peso, o tamanho que A Estrada, o livro anterior que li dele, esse Onde os velho não têm vez é bastante bom. Além de ser um número a menos na contagem de livros não lidos que a mesma estante reúne. Até o fim dos tempos hei de dar conta de todos eles. Não gostaria nem um pouco de ter minha existência ceifada antes disso.
Tão ouvindo aí em cima?
Espero que sim :)
Há um ano ou dois eu e Loretta fomos a uma conferencia em Corpus Christi e eu me sentei ao lado dessa mulher que era esposa de alguém mais ou menos importante. E ela ficou falando que a ala da direita isso e a ala da direita aquilo. Não tenho nem mesmo certeza sobre o que ela queria dizer. As pessoas que eu conheço são na maioria apenas gente comum. Gente simples. Eu disse isso a ela e ela me olhou de um jeito estranho. Achou que eu estava dizendo uma coisa ruim sobre essas pessoas, mas é claro que isso é um grande elogio na minha parte do mundo. Ela continuou, e continuou. Por fim ela me disse o seguinte: Não gosto do rumo que este país está tomando. Quero que a minha neta possa fazer um aborto. E eu disse bem minha senhora não acho que precise se preocupar com o rumo deste país. Pelo que eu vejo não tenho muitas dúvidas de que ela não só vai poder fazer um aborto como vai poder fazer com que sacrifiquem a senhora. O que mais ou menos encerrou a conversa.
Onde os velho não têm vez, Cormac McCarthy.