quarta-feira, junho 03, 2009

MARATONA DE SP

A síntese desse post seria algo como foi, até aqui, a prova mais dura que encontrei pela frente. Não é exagero, tão pouco superestimar algo. As maratonas anteriores, os revezamentos, nada, nada mesmo, foi tão severo como os 42km do último domingo.

A maratona, seja onde for, é difícil por si só, mas o percurso da capital paulista reúne especificidades que engrandecem o tamanho do problema e comprometem por demais qualquer tentativa de uma boa performance. Os trechos de aclive e declive dos túneis são arruinantes, e um túnel em especial, próximo do quilometro 40, é a visão do inferno pro corredor que se aproxima. Você, já exorcizando os demônios, controlando câimbras, tentando manter a estabilidade das passadas, sugando todo ar possível a sua volta, enfim, lidando com um corpo aos frangalhos e aguardando apenas pelo pórtico que indica o término da corrida, se depara com a escuridão de mais um trecho subterrâneo e a inerente dificuldade da descida no instante da entrada e, fundamentalmente, a subida na hora da sua saída. Houveram ainda algumas regiões de campo aberto em meio ao asfalto que foram zonas onde um forte vento contra reinou absoluto, sem contar o clima seco e em certos pontos abafado. E claro, o nefasto horário de largada às nove da manhã. Atingi a linha de chegada quando o relógio marcava meio dia e quarenta e poucos, finalizando a prova num almejado tempo sub 4h: 3h52min.
Interessante ressaltar que a preparação dessa vez não foi maior nem menor do que nas oportunidades passadas, embora reconheça que não aguardava pelo tamanho da pedreira que me foi imposta.

Ao término de tudo, já sentado na graminha do Ibirapuera devorando o habitual lanche servido pela organização no pós-prova, a comprovação que poucas experiências são tão recompensadoras e dotadas de sentidos e significados individuais tão especiais como a conclusão de uma maratona. O cansaço era grotesco, mas a satisfação sobrepujava-se enormemente. Tem sido assim, e é isso que me move pra fora de casa a treinar horas e horas por semana para reunir o condicionamento suficiente para a sempre hercúlea tarefa.

Pouco depois o destino tratou de interceder, o acaso deu o ar da sua graça e, quase sem querer, consegui pegar uma carona com um corredor ali mesmo, para instantes depois ser deixado a 100m do Morumbi. A tarde ainda me reservava a pelada entre São Paulo e Cruzeiro, mas isso não é assunto pra agora.

Domingão de luxo.

* A foto é da webrun.com.br.